Nosso CEO e cofundado explica como a inteligência artificial está transformando a cultura organizacional e redefinindo o papel da manutenção dentro das empresas.
Num cenário que a digitalização e a inteligência artificial (IA) vêm redefinindo a forma como as organizações operam, a cultura corporativa se torna um fator decisivo para a adaptação. Conversamos com Christian Struve, CEO da Fracttal, sobre o impacto da IA na gestão de manutenção, no liderança e na cultura organizacional.
Como acontece o processo de formação da cultura organizacional em uma empresa?
A cultura organizacional não se cria em um PowerPoint, é construída todos os dias, nas decisões que você toma, nos valores que você recompensa e no exemplo dado pela liderança. Para mim, tudo começa com ter muito clara a visão e os valores: eles são a bússola. Na Fracttal, desde o primeiro dia, sabíamos que queríamos ser uma empresa inovadora, sustentável e profundamente comprometida com nossos clientes e com nosso time.
Depois vem o fator humano: escolher pessoas que realmente se alinhem a esses valores e oferecer um ambiente onde elas possam vivê-los e ampliá-los. Comunicação aberta, transparência e coerência da liderança são fundamentais. Se você não incorpora aquilo que prega, a cultura nunca se consolida.
No nosso caso, promovemos uma cultura colaborativa, ágil e orientada a resultados, onde autonomia e inovação não apenas são permitidas, são esperadas. Sempre repetimos: “show, don’t tell” (mostre, não conte). Não se trata de prometer, e sim de executar e demonstrar valor desde o primeiro dia. Isso define quem somos e como trabalhamos.
Como a IA pode ser considerada um agente de transformação numa organização?
A inteligência artificial não é apenas uma ferramenta, é uma mudança de paradigma. Ela automatiza processos do dia a dia, transforma grandes volumes de dados em decisões inteligentes e revela padrões que antes eram invisíveis. O impacto real é que as empresas podem operar com muito mais eficiência, oferecer experiências altamente personalizadas e liberar suas equipes de tarefas repetitivas, permitindo que se concentrem em gerar valor.
No nosso caso, a IA já está ajudando as empresas a darem o salto do manutenção reativa para a manutenção preditiva, antecipando falhas e tomando decisões automáticas que antes pareciam ficção científica. Em resumo: a IA não substitui pessoas, ela potencializa as organizações para que pensem e ajam em outro nível.
Quais aspectos da cultura organizacional são mais impactados com a adoção da IA?
A adoção da IA não muda apenas processos, muda a forma de pensar da empresa toda. O impacto mais evidente é a transição para uma cultura verdadeiramente data-driven: as decisões passam a se basear em análises objetivas, impulsionando valores como transparência e meritocracia. Não se trata mais apenas de hierarquias ou intuições, o conhecimento se democratiza porque a informação está ao alcance de todos.
Outro grande impacto é a atitude diante do próprio processo de mudança. A IA costuma gerar resistência no início, mas as organizações que transformam essa inquietação em curiosidade são as que avançam mais rápido. Na Fracttal, nosso desafio tem sido mostrar que a IA não vem para substituir, e sim para potencializar cada pessoa a realizar seu trabalho com mais impacto.
No fim, a transformação digital é, acima de tudo, uma transformação cultural.
É possível medir a transformação cultural causada pela IA?
Sim, é possível medir. A transformação cultural impulsionada pela IA não é algo intangível, ela aparece em indicadores bastante concretos. Por exemplo: a taxa de adoção tecnológica, o número de projetos-piloto que passam a integrar o core do negócio ou a redução de erros e tempos de inatividade.
Também existem métricas mais humanas: nível de engajamento, satisfação interna e a velocidade na tomada de decisões. Na Fracttal, vemos isso quando nossos clientes deixam de reagir aos problemas e passam a antecipá-los. Essa capacidade de antecipação não é apenas eficiência, é prova de uma mudança cultural profunda.
Em relação à cultura de manutenção, quais são os principais benefícios da IA?
Com a Fracttal AI e nossos agentes inteligentes, estamos levando a manutenção a um novo patamar: deixar de reagir aos problemas para antecipá-los e até resolvê-los de forma autônoma. Com a IA, podemos analisar padrões de desempenho, prever falhas antes que aconteçam e intervir no momento exato.
Em muitos casos, vemos reduções de 30% a 50% nos tempos de inatividade, aumento de até 20% na vida útil dos ativos e cortes de 15% a 30% nos custos de manutenção.
A verdadeira mudança cultural é que a manutenção deixa de ser um “centro de custos” e passa a se tornar um aliado estratégico do negócio.
Como a IA impacta as competências tradicionais das equipes de manutenção?
A IA não substitui as competências tradicionais, ela as potencializa. Às habilidades técnicas de sempre, somam-se competências digitais e analíticas. As equipes deixam de gastar tempo em tarefas repetitivas e passam a focar em planejamento, análise e melhoria contínua.
O técnico se transforma em um gestor estratégico de ativos, capaz de tomar decisões baseadas em dados e gerar muito mais valor para o negócio. Com a Fracttal AI , vemos isso diariamente: a IA libera as pessoas para que deixem de “apagar incêndios” e passem a construir operações mais resilientes e eficientes.
Como a cultura de manutenção baseada em IA pode se alinhar aos valores corporativos?
A IA não apenas se alinha aos valores da empresa, ela os potencializa.
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Segurança: antecipa riscos antes que se tornem acidentes.
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Sustentabilidade: prolonga a vida dos ativos e reduz desperdícios.
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Confiabilidade: garante continuidade operacional em ambientes onde parar não é uma opção.
Um exemplo é o Estádio do Maracanã, onde a Fracttal colabora com o modelo de manutenção inteligente: a IA garante a segurança e a confiabilidade necessárias para operar eventos de grande escala sem interrupções.
Qual é o papel dos líderes diante das tecnologias emergentes?
O papel dos líderes é decisivo. São eles que definem a visão, explicam o propósito e traduzem tecnologia em estratégia. Quando a equipe entende o “porquê”, a adoção deixa de ser uma imposição e se torna uma oportunidade.
Na Fracttal, sempre digo que a cultura não se decreta, se modela. Se a liderança não se transformar primeiro, a organização também não vai se transformar.
A IA pode gerar desumanização no trabalho?
É uma preocupação válida, mas não inevitável. Bem implementada, a IA pode re-humanizar o trabalho: ela libera as pessoas de tarefas repetitivas e permite que se concentrem no que só os humanos sabem fazer: criar, resolver problemas, se conectar.
Na Fracttal, vemos isso todos os dias: quando um técnico deixa de apenas reagir a falhas e passa a inovar, o trabalho ganha sentido e valor humano.
Como integrar a IA de forma ética e responsável?
A IA deve ser guiada por princípios claros:
- Supervisão humana e responsabilidade
- Equidade e ausência de vieses
- Transparência e explicabilidade
- Privacidade e segurança dos dados
- Benefício e bem-estar social
Não podemos nos deixar levar apenas pela eficiência. A IA deve estar a serviço das pessoas, não o contrário.
Qual é o papel da Fracttal na transformação cultural das empresas?
Na Fracttal, somos facilitadores da mudança. Acompanhamos as empresas na transição para uma gestão de ativos inteligente e digital. Fazemos isso com uma plataforma 100% em nuvem, móvel e com IA integrada, mas também com capacitação, workshops e casos reais de sucesso.
Não entregamos apenas tecnologia; entregamos uma mudança de mentalidade. Empoderamos as empresas para trabalharem de forma mais eficiente, sustentável e estratégica.
O que podemos esperar do futuro?
O futuro será colaborativo e preditivo. A IA estará integrada a todos os processos, e as empresas líderes serão aquelas que conseguirem combinar tecnologia com talento humano.
Na Fracttal, já estamos construindo esse cenário: o manutenção autônoma, onde os sistemas antecipam, decidem e executam em tempo real e as pessoas lideram com visão estratégica.