Edifícios que desabaram por falta de manutenção: lições para nunca esquecer

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Quando um edifício desaba, o impacto não é apenas estrutural, é humano, social e econômico. Mesmo quando a causa raiz é um erro de projeto ou execução, especialistas mostram que sinais de deterioração aparecem muito antes do colapso e que a ausência de planos de manutenção, vistorias técnicas e controle do ciclo de vida agrava problemas até o ponto de ruptura.

Este conteúdo reúne lições essenciais que síndicos, engenheiros, gestores prediais e administradores públicos precisam conhecer para garantir que histórias como essas nunca mais se repitam.

Por que edifícios desabam: fatores que se repetem nos grandes desastres

Desabamentos não acontecem “de repente”. Eles são o resultado de uma cadeia de negligências e decisões equivocadas acumuladas ao longo dos anos. A análise de casos reais no Brasil e no exterior revela padrões claros:

1. Ausência de manutenção adequada ao longo da vida útil

Relatórios de entidades técnicas mostram que uma parte expressiva dos acidentes prediais decorre de manutenção insuficiente, mal planejada ou inexistente. O Confea cita que a falta de manutenção está entre as principais causas de acidentes estruturais no país. Muitos edifícios operam sem plano de manutenção, sem inspeções periódicas e sem responsabilização clara, contrariando a ABNT NBR 5674.

2. Intervenções irregulares e reformas sem responsável técnico

Reformas que mexem em estruturas sem ART/RRT continuam sendo um dos fatores mais comuns em desabamentos. 

3. Sobrecarga não prevista em projeto

Inserção de novos pavimentos, lajes, caixas d’água ou modificações que aumentam a carga além do previsto leva ao colapso progressivo.

4. Falta de monitoramento profissional e inspeções especializadas

A ausência de inspeções anuais e inspeções especiais (a cada 3–5 anos), previsões comuns em normas e boas práticas, faz com que anomalias evoluam sem registro técnico. Sem histórico, sem diagnóstico e sem controle, o risco se multiplica.

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Casos reais de edifícios que desabaram por falhas de manutenção

A seguir, uma análise dos casos que mais marcaram a engenharia estrutural e que reforçam a importância de uma gestão de ativos prediais profissionalizada.

Edifício Andréa – Fortaleza (2019)

Um dos colapsos mais impactantes da última década no Brasil. O Edifício Andréa desabou em outubro de 2019 após anos de degradação estrutural. 

Perícias divulgadas pelo CAU/BR mostraram que o prédio tinha reformas irregulares, remoção de elementos estruturais e falta de acompanhamento técnico, além de sinais ignorados pelos moradores, como estalos e fissuras. 

Um conjunto de falhas que poderia ter sido detectado por inspeções frequentes e pela aplicação de normas como a ABNT NBR 5674.

Edifício Kátia Melo – Jaboatão dos Guararapes (2025)

O prédio foi interditado dias antes do colapso após a Defesa Civil registrar estalos, deslocamento de estruturas e riscos iminentes. Moradores relataram falta de manutenção ao longo dos anos, infiltrações e fissuras antigas. 

Apesar da evacuação preventiva, o caso evidenciou a deterioração avançada e a inexistência de um plano de manutenção registrado, uma realidade comum em edifícios construídos há mais de 40 anos em Pernambuco.

Edifício Areia Branca – PE (2004)

Um dos colapsos mais estudados pela engenharia brasileira. O laudo oficial divulgado na época mostrou que houve falha de construção que acelerou o desgaste de um dos pilares, agravada pela falta de monitoramento e manutenção ao longo dos anos. 

Moradores ouviram estalos e abandonaram o prédio dias antes, salvando dezenas de vidas. O caso é frequentemente usado em congressos de engenharia para reforçar a importância de vistorias estruturais regulares.

Champlain Towers South – Surfside, EUA (2021)

O caso internacional mais emblemático das últimas décadas. Relatórios técnicos e atualizações do NIST mostraram corrosão acelerada nas lajes, falhas de impermeabilização e degradação de pilares, agravadas por anos de adiamento de obras críticas. 

Sem manutenção adequada e sem um sistema de monitoramento contínuo, a estrutura colapsou parcialmente, resultando em uma das maiores tragédias recentes da engenharia predial.

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Profissionais realizam análise técnica e planejamento de manutenção estrutural em edificação.

 

O que esses casos têm em comum e o que eles ensinam sobre manutenção preventiva

Quando analisamos desabamentos como Andréa, Kátia Melo, Areia Branca e Champlain Towers, os detalhes mudam, mas os padrões são sempre os mesmos. Essa repetição revela lições fundamentais para gestores prediais, síndicos, engenheiros e administradores públicos.

1. A deterioração estrutural sempre dá sinais antes do colapso

Estalos, fissuras, pisos afundando, corrosão aparente, infiltrações persistentes, falhas de impermeabilização e deformações em elementos estruturais apareceram em todos os casos analisados. A diferença entre vida e morte está em registrar, monitorar e agir diante desses sinais.

2. A falta de manutenção cria um ciclo de risco acumulado

A degradação não acontece de forma repentina. Ela se acumula com o tempo e se acelera sem inspeções regulares. Normas como ABNT NBR 5674 (manutenção de edificações) e ABNT NBR 16.280 (reformas) já apontam que a manutenção deve ser contínua e planejada. Ignorar essas rotinas torna até pequenas falhas potenciais pontos de início de colapso.

3. Intervenções sem responsável técnico multiplicam o risco

Reformas que removem paredes, alteram cargas, mexem em vigas ou lajes apareceram em praticamente todos os laudos técnicos dos desabamentos. Sem ART/RRT e sem gestão documental, o prédio perde controle sobre seu próprio histórico estrutural.

4. A tomada de decisão é lenta quando não há dados centralizados

Síndicos, moradores e até órgãos públicos frequentemente não têm registro de inspeções, ocorrências, fotografias, relatórios ou avaliações técnicas. Isso atrasa a resposta, dificulta o diagnóstico e impede ações preventivas, algo que um CMMS moderno, como o da Fracttal, elimina ao organizar tudo em um único ambiente.

5. A manutenção preventiva custa menos que a corretiva e infinitamente menos que um colapso

Casos como Champlain Towers mostraram que obras adiadas por anos custam milhões… mas o desabamento custou centenas de milhões e dezenas de vidas. A matemática é simples para qualquer gestor de ativos: manutenção não é despesa, é proteção patrimonial, legal e humana.

Como a tecnologia da Fracttal reduz riscos estruturais e simplifica a gestão predial

Desabamentos não acontecem apenas por falhas técnicas, acontecem também por falhas de gestão. Quando inspeções não são registradas, quando fotos se perdem em grupos de WhatsApp, quando ordens de serviço ficam dispersas e quando o histórico de manutenção desaparece a cada troca de síndico ou administrador, o risco aumenta exponencialmente.

É exatamente nesse ponto que a Fracttal se torna decisiva. A plataforma oferece um ecossistema completo para eliminar a desorganização, padronizar processos e transformar o cuidado com edifícios em um fluxo contínuo, rastreável e baseado em evidências.

No fim, a conclusão é clara: gerenciar edifícios sem um sistema inteligente é confiar demais na sorte e pouco na prevenção. A tecnologia da Fracttal elimina falhas humanas, centraliza informações críticas, automatiza inspeções e cria um padrão profissional de manutenção que reduz riscos reais e evita que pequenas anomalias evoluam para emergências caras.

Quando você digitaliza sua manutenção, ganha rastreabilidade, previsibilidade e tranquilidade. E isso é exatamente o que poderia ter evitado muitos dos desabamentos citados neste conteúdo.

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