Manutenção hospitalar: o que é, como fazer e melhores práticas

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A manutenção hospitalar é um dos pilares invisíveis que sustentam a qualidade da assistência em saúde. Mesmo que o paciente não veja, cada cirurgia realizada, cada exame concluído e cada atendimento emergencial depende de equipamentos e sistemas funcionando com precisão absoluta. Basta uma falha, seja no ar-condicionado de uma sala cirúrgica, no monitor multiparâmetro de uma UTI ou no gerador de energia, para colocar vidas em risco.

Por isso, garantir que hospitais, clínicas e laboratórios operem de forma contínua, segura e em conformidade com normas sanitárias não é apenas uma questão técnica: é um compromisso com a saúde pública. 

Neste conteúdo, você vai entender o que é manutenção hospitalar, como ela funciona na prática e quais são as melhores práticas para reduzir falhas, evitar riscos e garantir disponibilidade máxima dos equipamentos.

O que é manutenção hospitalar?

A manutenção hospitalar é o conjunto de processos, técnicas e ações destinadas a garantir que todos os equipamentos médico-hospitalares, sistemas prediais e estruturas de apoio funcionem com segurança, precisão e confiabilidade, 24 horas por dia, 7 dias por semana. 

Ela cobre desde o reparo de equipamentos de diagnóstico até a manutenção de infraestrutura crítica, como sistemas elétricos, gases medicinais, climatização, água potável e TI de suporte.

Em outras palavras, ela assegura que cada recurso necessário para um atendimento de saúde aconteça sem interrupções. Isso inclui:

  • Equipamentos biomédicos (monitores, respiradores, bombas de infusão, ultrassons, autoclaves etc.)
  • Sistemas elétricos e geradores
  • Ar-condicionado e controle de partículas em áreas críticas
  • Redes de gases medicinais
  • Sistemas de água quente e fria
  • Infraestrutura predial e instalações
  • Sistemas de TI que dão suporte ao diagnóstico e monitoramento
  • Alarmes, iluminação de emergência e sistemas contra incêndio

Normas como a RDC 509/2021, a RDC 50/2002, requisitos da ABNT e padrões internacionais (como ISO 13485) exigem que todos os equipamentos e sistemas sejam monitorados, documentados e mantidos dentro de padrões rígidos de qualidade e rastreabilidade.

Por que a manutenção hospitalar é tão importante?

A manutenção hospitalar é essencial porque está diretamente ligada à segurança do paciente. Em um ambiente onde cada minuto e cada equipamento importa, uma falha pode interromper cirurgias, atrasar diagnósticos, comprometer tratamentos ou até contaminar amostras laboratoriais.

Uma gestão eficiente da manutenção também é determinante para evitar uma série de problemas que impactam a operação do hospital, como:

  • Infecções hospitalares, muitas vezes relacionadas a falhas de climatização, limpeza técnica de equipamentos ou manutenção inadequada de sistemas.
  • Desperdícios, como perda de medicamentos sensíveis, exames inutilizados ou repetição de procedimentos por falha de equipamentos.
  • Extravios e roubos de equipamentos, comuns em hospitais sem rastreamento adequado ou sem controle sobre a movimentação de ativos.
  • Interrupções de energia, que podem paralisar UTI, centro cirúrgico, laboratório e sistemas essenciais.
  • Falhas em sistemas de climatização, que comprometem o conforto térmico e a segurança em áreas críticas como CME, UTIs e salas cirúrgicas.

Outra importância estratégica é o impacto na acreditação hospitalar. Programas como ONA, ISO 9001/13485 e Joint Commission exigem rastreabilidade, manutenção preventiva documentada e controle de riscos, pontos diretamente relacionados à gestão da manutenção.paciente sentada conversa com um profissional de saúde, enquanto outro profissional em uniforme azul faz anotações em uma prancheta; o ambiente contém máquinas hospitalares

Quais são os tipos de manutenção hospitalar?

Os tipos de manutenção hospitalar determinam como o hospital cuida de seus equipamentos e sistemas, e influenciam diretamente a segurança, a disponibilidade e os custos operacionais. A seguir, os quatro modelos fundamentais.

Manutenção preventiva

A manutenção preventiva é realizada antes da falha acontecer, seguindo prazos definidos, ciclos de uso e recomendações do fabricante. Envolve:

  • inspeções periódicas
  • testes funcionais
  • limpeza técnica
  • substituição programada de peças e consumíveis
  • verificações elétricas e de desempenho

Em hospitais, ela é obrigatória para sistemas críticos e equipamentos médico-hospitalares, conforme RDC 509/2021 e manuais técnicos. Um plano preventivo bem executado reduz drasticamente riscos, custos emergenciais e indisponibilidade de setores essenciais.

Manutenção preditiva

A manutenção preditiva utiliza tecnologia para monitorar continuamente o estado dos equipamentos e prever falhas antes que elas ocorram. Ela analisa variáveis como:

  • vibração
  • temperatura
  • pressão
  • consumo de energia
  • umidade e particulados (em áreas críticas)

Com sensores IoT, dashboards e algoritmos de análise de dados, a equipe identifica anomalias em tempo real, evitando paradas inesperadas, falhas catastróficas e riscos à segurança do paciente.

É o modelo mais avançado e o que gera maior disponibilidade operacional, reduzindo custos e ampliando a confiabilidade.

Manutenção corretiva

A manutenção corretiva é executada depois da falha, quando o equipamento ou sistema já apresenta problema. É o modelo mais caro e o mais arriscado, podendo causar:

  • interrupção de procedimentos
  • impacto no atendimento
  • atraso de cirurgias
  • perda de materiais e insumos
  • riscos ao paciente

Por isso, hospitais eficientes mantêm a corretiva como o menor percentual possível de operação, priorizando prevenção e predição.

Manutenção legal (normativa)

A manutenção legal é composta por atividades exigidas por normas, legislações, licenças e vistorias obrigatórias. Envolve serviços fundamentais para manter o hospital dentro das exigências sanitárias, estruturais e de segurança. Entre eles:

  • inspeção, teste e recarga de extintores
  • manutenção e testes em sistemas de gases medicinais
  • inspeção e teste de geradores de emergência
  • manutenção preventiva de sistemas de climatização (ABNT NBR 7256)
  • vistorias do Corpo de Bombeiros
  • testes e medições de instalações elétricas (ABNT NBR 5410 e correlatas)

Ignorar a manutenção legal pode resultar em multas, interdições e riscos graves à saúde de pacientes e colaboradores.

Leia também: Manutenção corretiva, preventiva e preditiva: aplicações e qual escolher

O que diz a legislação sobre manutenção hospitalar?

A manutenção hospitalar é regulamentada por um conjunto robusto de normas que garantem a segurança dos pacientes, a qualidade assistencial e a conformidade das operações. A seguir, as normas mais importantes.

RDC 509/2021 (Anvisa)

É hoje a principal regulamentação para gestão de tecnologias em saúde. Ela determina que todo serviço de saúde mantenha um Plano de Gerenciamento de Equipamentos Médico-Hospitalares (PGEMH), que deve incluir:

  • inventário completo de equipamentos
  • classificação por criticidade
  • planos de manutenção e calibração
  • registros e rastreamento de todas as intervenções
  • responsável técnico habilitado
  • avaliação anual dos resultados da manutenção
  • indicadores de desempenho

A norma obriga que hospitais mantenham rastreabilidade total das manutenções, sigam recomendações do fabricante e garantam que os equipamentos estejam sempre disponíveis e seguros para uso.

RDC 50/2002 (Anvisa)

Voltada à infraestrutura física, ela define requisitos para:

  • instalações elétricas
  • climatização e controle de ar em áreas críticas
  • sistemas de água
  • redes de gases medicinais
  • proteção contra incêndio
  • ambientes de apoio e circulação

Essa RDC é essencial para que a manutenção atue não só em equipamentos médicos, mas em toda a infraestrutura predial hospitalar.

Normas ABNT aplicáveis

Diversas normas técnicas complementam as RDCs. As principais são:

  • ABNT NBR 5674: manutenção de edificações
  • ABNT NBR 5410: instalações elétricas de baixa tensão
  • ABNT NBR 7256: sistemas de ar-condicionado para ambientes hospitalares
  • ABNT NBR 12188 / 12248: gases medicinais
  • ABNT NBR 14039: instalações elétricas de média tensão

Elas definem testes obrigatórios, frequências mínimas, requisitos de segurança e padrões de manutenção.

Normas internacionais

Hospitais que buscam acreditações também seguem padrões globais, como:

  • ISO 9001: gestão da qualidade
  • ISO 13485: dispositivos médicos
  • ISO 31000: gestão de riscos
  • Joint Commission International (JCI): padrões internacionais de qualidade hospitalar
  • ONA: Organização Nacional de Acreditação

Todos esses selos exigem controle, documentação e rastreabilidade, elementos centrais da manutenção hospitalar.

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